quarta-feira, 16 de maio de 2012


Meu texto não quer ser útil, não quer ser moda, não quer estar certo.

Meu texto não quer ser belo, não quer ser feio, não quer nascer pronto.

Meu texto não quer traduzir, não quer protestar.

Não quer ser sucesso, não quer ser reflexo, não quer revelar nada.

Meu texto não quer me pertencer.

Não quer ser história, não quer ser resposta, não quer perguntar.

Meu texto quer estar além do gosto, não quer ter rosto, não quer ser cultura.

Meu texto não quer ser de categoria nenhuma.

Meu texto quer ser só texto.

Meu texto não quer pouco.

Adriana Calcanhoto

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