
Optou pela solidão...
Acreditava estar melhor consigo mesma do que com alguém que estivesse ali somente para ocupar espaço.
Acreditava em Deus e criava suas próprias teorias... Buscava um sentido. Pois tudo o que acontecia tinha um porquê, mesmo que para ela fosse difícil compreender qual.
Era forte. Era fraca. Dependia... Do dia; Das virgulas que encontrava pelo caminho; Das contas que tinha a pagar e, principalmente, do ciclo menstrual que insistia em desregular o seu senso de humor...
Vez ou outra abria as janelas de casa e tinha uma dimensão maior de sua vida.
Falsetes de luz entre a penumbra faziam sombra do que estava ao seu redor...
Via seu espaço: aquele silêncio fazendo cama para solidão; a certeza da segurança que vai além de chaves e fechaduras; a desesperança de qualquer visita ou mágoa sem aviso prévio...
Assim era a menina: excessivamente só...
Insistia em isolar-se... Afinal, era muito mais tranqüila a sobrevivência longe do convívio com os humanos desumanizados...
Evitava a intimidade. Encontrava em curtas saudações uma maneira fácil e prática de lidar com as situações cotidianas.
Por isso, esforçava-se ao esboçar expressões curtas dentre sorrisos frios. E era só... Nos momentos de crise, sentia-se melhor ao constatar que poderia, a qualquer momento, optar pelo abandono de si mesma...
Fazia-se livre para se reinventar como melhor lhe conviesse...
Sentia-se sorteada por ter direito às escolhas da vida e, dentre tantas, talvez a mais acertada tenha sido essa: Escolhera viver só!
Achava mesmo que estaria melhor consigo própria do que com alguém que estivesse ali apenas para roubar sua solidão e não fazê-la companhia...
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