terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Quando o desejo é o avesso do destino...



Dois caminhos, nenhuma escolha.  

Presente e passado nem tão limpo. 

Futuro de incertezas. 

Descansa cercada em flor e uma saudade muda. 

Muitas vezes ela grita, e doi.

Carrega nas mãos o desejo da alma 

e conserva na fronte a benção de ser amada. 

Não por ele, por outro.

Tantos outros que não são ele.

É movida pela fé. Mas, cambaleia. 

Nesse instante tenta se equilibrar...

Ao levantar, ora e agradece. 

Rápido sorri sincera, como quem não esquece do que foi. 

Não pode decepcionar os que a rodeiam. 

Melhor decepar o desejo.

Escondê-lo na caixa de brinquedos velhos...

Em seguida recomeça. 

São muitos os seus recomeços.
 
E ela cansa... 

Porque carrega o exaustivo desejo de abandonar

 o que já está traçado e correr atrás do incerto...

Apaga o sonho e ascende uma estrela. 

O que se foi deixa a marca no rebento das lembranças. 

Pensa que ainda há esperança. 

Que pode ser doce o que a aguarda.

Mas guarda, lá dentro, os olhos dele.

Que a incomoda, que queima como o último beijo.

Ela não pode mais.

Engole a lágrima...

Sintoniza uma estação de suspiro. 

Relembra dias de sonho azul.

Pensa em planejar os pequenos detalhes da nova vida.

Coração brada, mas ela engole com um sorriso frio.

Hora de decantar e desencantar.

É preciso seguir...

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