Dois caminhos, nenhuma
escolha.
Presente e passado nem
tão limpo.
Futuro de incertezas.
Descansa cercada em flor e
uma saudade muda.
Muitas vezes ela grita, e
doi.
Carrega nas mãos o desejo da
alma
e conserva na fronte a benção de ser amada.
Não por ele, por outro.
Tantos outros que não são ele.
É movida pela fé. Mas, cambaleia.
Nesse instante tenta se
equilibrar...
Ao levantar, ora e agradece.
Rápido sorri sincera, como
quem não esquece do que foi.
Não pode decepcionar os que
a rodeiam.
Melhor decepar o
desejo.
Escondê-lo na caixa de brinquedos velhos...
Em seguida recomeça.
São muitos os seus
recomeços.
E ela cansa...
Porque carrega o exaustivo
desejo de abandonar
o que já está traçado e correr atrás do
incerto...
Apaga o sonho e ascende uma
estrela.
O que se foi deixa a marca
no rebento das lembranças.
Pensa que ainda há esperança.
Que pode ser doce o que a
aguarda.
Mas guarda, lá dentro, os
olhos dele.
Que a incomoda, que queima
como o último beijo.
Ela não pode mais.
Engole a lágrima...
Sintoniza uma estação de
suspiro.
Relembra dias de sonho azul.
Pensa em planejar os
pequenos detalhes da nova vida.
Coração brada, mas ela engole
com um sorriso frio.
Hora de decantar e
desencantar.
É preciso seguir...
Nenhum comentário:
Postar um comentário